Responsável: Ricardo Castillo
Ementa: Atividade agrícola e interdependência com outros setores da economia. Bases fundiárias e sociais: distribuição e tipos de propriedade, de estabelecimentos, de exploração econômica e de relações de trabalho. Bases econômicas do estabelecimento agrícola. A atividade agrícola e a natureza como recurso e restrição. Fatores da produção: terra, trabalho, capital e informação. Comercialização e mercado. Atributos da atividade. Regionalização.

 

PARTE I – GEOGRAFIA AGRÁRIA GERAL (Sérgio Salles Filho)

 

Sessão 1 – População, produção de alimentos e agricultura – as visões de Malthus, Ricardo e Mill

  • Relação entre escassez, produção e população
  • Agricultura e ocupação territorial
  • Elaborações de T. Malthus, D Ricardo e J. S. Mill – elementos para uma geografia da produção de alimentos

Bibliografia:

MALTHUS, T. R. Ensaio sobre a população. São Paulo, Nova Cultural, 1996 (Capítulos I ao VI).

MILL, J. S. Princípios de Economia Política. São Paulo, Nova Cultural, 1996 (Livro I, Capítulo 12).

RICARDO, D. Princípios de Economia Política e Tributação. São Paulo, Nova Cultural, 1988 (Capítulo 32).

Leituras complementares:

BOSERUP, E. Evolução agrária e pressão demográfica. São Paulo, HUCITEC/POLIS, 1987 (Capítulos 1 ao 4).

DIAMOND, J. Armas, germes e aço. Rio de Janeiro, Record, 2001 (Capítulo 4).

 

Sessão 2 – Origens da distribuição espacial das principais culturas e consolidação das bases técnicas produtivas

  • Origem geográfica das espécies
  • Intercâmbio de material genético
  • Formação das estruturas de pesquisa nos países
  • Centros Internacionais de Pesquisa Agrícola

Bibliografia:

VAVILOV. N. Origin and Geography of Cultivated Plants. Cambridge University Press, 1992 (Cap. 1 a 3).

BROCKWAY, L. Science and colonial expansion: the role of the British Royal Botanic Gardens. New York Academic, 1979 (Introdução e cap. 2).

NEPOMUCENO, R. O jardim de D. João. Rio de Janeiro: Casa de Palavra, 2007 (partes I e II).

NABHAN, G. P. Where Our Food Comes From: Retracing Nikolay Vavilov’s Quest to End Famine. Island Press, 2009 (Cap. 1, 2 e 11).

 

Sessão 3 – Origens da agricultura produtivista: por que a agricultura é o que é hoje

  • Intensificação da produção – a revolução agrícola do século XVIII
  • Terra como capital
  • A agricultura e a Revolução Industrial

Bibliografia:

MANTOUX, P. A revolução industrial no século XVIII. São Paulo: UNESP/Hucitec, 1988, 552 p. [tradução da versão de 1927] (Capítulo 3).

Leituras complementares:

OVERTON, M. Agriculture Revolution in England: The transformation of the agrarian economy 1500 – 1850. Cambridge University Press, 2004 (Capítulo 1).

WILLIAMSON, T. The transformation of rural England: farming and the landscape, 1700-1870. University of Exeter Press, 2002 (Capítulo 7).

MARX, K. O Capital. São Paulo: Nova Cultural, 1998. (Livro I, volume II, capítulo 24).

 

Sessão 4 – Comércio internacional de produtos agrícolas: oportunidades e ameaças para países menos desenvolvidos

  • Quadro regulatório na OMC
  • ALCA e Mercosul
  • Ameaças e oportunidades

Bibliografia:

BURANELLO, R.; GUARNIERI, O. B. Negociações agrícolas internacionais – barreiras não tarifárias. In: Buranello, R.; Souza, A. R. P.; Perin Jr., E. (coords.). Direito do Agronegócio: mercado, regulação, tributação e meio ambiente. São Paulo: Ed. Quartier Latin do Brasil. 2011.

COSTA, C. C.; NASSAR, A. M.; JANK, M. S. Apoio doméstico que distorce o comércio: alternativas para disciplinas específicas por produto. Icone/Agronanalysis, 2007.

NASSAR, A. M.; NOGUEIRA, S. O papel da China no comércio agrícola mundial. Icone/Agronanalysis, 2007, caderno especial.

NOGUEIRA, S.; NASSAR, A. M. O papel da Índia no comércio agrícola mundial. Icone/Agronanalysis, 2007, caderno especial.

Leituras complementares:

GORTER, H.; KLIAUGA, E.; NASSAR, E. How current proposals on the SSM in the Doha impasse matter for developing country exporters. World Bank Project “Analysis of agriculture tariff import barriers”. Instituto Icone, 2009.

JALES, M. Organização e institucionalização do comércio internacional. FAO, Roma, fev 2006.

JANK, M. S.; JALES, M. Q. M. Organização e institucionalização do comércio internacional. Instituto Icone, nov. 2003.

 

Sessão 5 – Indicações Geográficas: conceitos, usos e impactos no Brasil

  • Conceitos relacionados a indicação geográfica
  • Breve histórico
  • Usos e impactos na Europa e no Brasil

Bibliografia:

SEBRAE & INPI. Indicações geográficas brasileiras. Coord. Hulda Oliveira Giesbrecht. Brasília: SEBRAE, INPI, 2011.

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS. Livro Verde. Sobre a qualidade dos produtos agrícolas: normas aplicáveis aos produtos, requisitos de produção agrícola e sistemas de qualidade. Bruxelas, 2008. (Parte II).

SALLES-FILHO, S. L. M.; CARVALHO, S. M. P.; BUAINAIN, A. M.; SILVEIRA, J. M. J. Proteção às Indicações Geográficas: a experiência brasileira. In: ALTEC, 2007, Buenos Aires. XII Seminário Latino-Iberoamericano de Gestión Tecnológica, 2007. v. 1. p. 1-16.

Leituras complementares:

NIEDERLE, P. A. Compromissos para a qualidade: projetos de indicação geográfica para vinhos no Brasil e na França. Tese (doutorado) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2011.

INPI. Resolução INPI 075Procedimentos para o Registro de Indicações Geográficas.

Commission of the European Communities. Background note: 1000th quality food name registered. Brussels, 2011.

 

Sessão 6 – Agricultura, desenvolvimento econômico e regional (11/04)

  • Aspectos econômicos e sociais da agricultura brasileira
  • As distintas intepretação da geografia agrária
  • Recentes abordagens da dinâmica espacial e econômica da agricultura

 

 

Parte II – GEOGRAFIA AGRÁRIA DO BRASIL (Ricardo Castillo)


Sessão 8 – Algumas definições básicas: o rural, o agrário e o agrícola

  • Compartimentos do espaço geográfico: breve revisão conceitual
  • Rural / urbano, questão agrária / questão agrícola

Bibliografia:

ENDLICH, Â. M. Perspectivas sobre o urbano e o rural. In: SPÓSITO, M. E. et al. (orgs.). Cidade e campo: relações e contradições entre o urbano e o rural. São Paulo: Expressão Popular, 2006.

VEIGA, José Eli da. Destinos da ruralidade no processo de globalização. Estudos Avançados 18 (51), 2004.

Leituras complementares:

SILVA, J. G. da. O que é questão agrária. São Paulo: Brasiliense, 1980.

SPÓSITO, M. E. A questão cidade-campo: perspectivas a partir da cidade. In: SPÓSITO, M. E. et al. (orgs.). Cidade e campo: relações e contradições entre o urbano e o rural. São Paulo: Expressão Popular, 2006.

VEIGA, J. E. da. Cidades imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula. Campinas: Autores Associados, 2001.

 

Sessão 9 – Formação da estrutura fundiária no Brasil

  • Formação territorial e implantação do regime de sesmarias
  • Período de livre apossamento de terras devolutas
  • Lei de Terras de 1850: trabalho livre e terra cativa
  • A necessidade de um cadastro rural digitalizado

Bibliografia:

DOMINGOS NETO, M. O “novo mundo rural”. In: MARTINS, M. D. (org.). O Banco Mundial e a terra: ofensiva e resistência na América Latina, África e Ásia. São Paulo: Viramundo, 2004.

PAULINO, E. T. Estrutura fundiária e dinâmica socioterritorial no campo brasileiro. Mercator. Fortaleza, v. 10, n. 23, p. 111-128, 2011.

Leituras complementares:

GUIMARÃES, A. P. Formação da pequena propriedade: intrusos e posseiros. In: WELCH, C. A. et al. (orgs.). Camponeses brasileiros: leituras e interpretações clássicas. São Paulo: Editora da UNESP; Brasília, DF: Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, 2009.

OLIVEIRA, A. U. de. Agricultura brasileira: transformações recentes (capítulo 8.2.: A estrutura fundiária brasileira). In: ROSS, J. L. S. (0rg.). Geografia do Brasil. 3. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2000.

RAMOS, P. Propriedade, estrutura fundiária e desenvolvimento (rural). Estudos Avançados 15 (43), 2001.

SZMRECSÁNYI, T. Pequena história da agricultura no Brasil. São Paulo: Contexto, 1998 (capítulo 7: Estrutura agrária).

 

Sessão 10 – Expansão e consolidação de fronteiras agrícolas no Brasil

  • Anos 1960 / 1970: o paradigma do Complexo Agroindustrial
  • Anos 1980 / 1990: o paradigma da “organização em rede” ou da “agricultura globalizada”

Bibliografia:

CASTILLO, R. Exportar alimentos é a saída para o Brasil? O caso do complexo soja. In: ALBUQUERQUE, E. S. (org.). Que país é esse? Pensando o Brasil contemporâneo. São Paulo: Globo, 2005.

ELIAS, D. O meio técnico-científico-informacional e a reorganização do espaço agrário nacional. In: MARAFON, G. J. et al. (orgs.). Abordagens teórico-metodológicas em geografia agrária. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2007.

HUERTAS, D. M. Da fachada atlântica à imensidão amazônica: fronteira agrícola e integração territorial. São Paulo: Annablume: Fapesp; Belém: Banco da Amazônia, 2009. (Capítulo 3: Mas o que é a fronteira?).

Leituras complementares:

BERNARDES, J. A. Técnica e trabalho na fronteira de expansão da agricultura moderna brasileira. In: VV.AA. Formas em crise: utopias necessárias. Rio de Janeiro: Arquimedes Edições, 2005.

BERNARDES, J. A. Circuitos espaciais da produção na fronteira agrícola moderna: BR163 matogrossense. In: BERNARDES, J. A. et al. (orgs.). Geografias da soja: BR163, fronteiras em mutação. Rio de Janeiro: Arquimedes Edições, 2006.

ELIAS, D. Agronegócio e desigualdades socioespaciais. In: ELIAS, D.; PEQUENO, R. (orgs.). Difusão do agronegócio e novas dinâmicas socioespaciais. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2006.

HUERTAS, D. M. Dinâmica atual das frentes pioneiras na Amazônia e o meio técnico-científico-informacional. XIV Encontro Nacional de Geógrafos (ENG). Anais… Rio Branco, AC, 16 a 21 de julho de 2006.

MARTINS, J. de S. Fronteira: a degradação do outro nos confins do humano. São Paulo: Contexto, 2009 (Capítulo 4: O tempo da fronteira: retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira).

PORTO GONÇALVES, C. W. Geografia da riqueza, fome e meio ambiente. In: OLIVEIRA, A. U. de et al. (orgs.). O campo no século XXI: território de vida, de luta e de construção da justiça social. São Paulo: Casa Amarela / Paz e Terra, 2004.

REBORATTI, C. La Argentina rural entre la modernización y la exclusión. In: LEMOS, A. I. G. et al. (orgs.). América Latina: cidade, campo e turismo. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales – CLACSO; São Paulo: Universidade de São Paulo, 2006.

 

Sessão 11 – Agricultura e tecnologias da informação

  • Zoneamento agrícola de riscos climáticos do Brasil
  • Agricultura de precisão
  • Monitoramento agrícola

Bibliografia

ARACRI, L. Â. dos S. Informatização do cultivo da soja em Mato Grosso e suas repercussões territoriais. In: BERNARDES, J. A. et al. (orgs.). Geografias da soja: BR163, fronteiras em mutação. Rio de Janeiro: Arquimedes Edições, 2006.

BIUDES, F.; ASSAD, E.; CASTILLO, R. O seguro agrícola a partir do zoneamento de riscos climáticos. XIV Congresso Brasileiro de Agrometeorologia. Anais… Campinas: SBAGRO, 2005.

Leituras complementares

CASTILLO, R. Tecnologias da informação e organização do território. In: SOUZA, M. A. (org.). Território brasileiro: usos e abusos. Campinas: Edições Territorial, 2003.

CASTILLO, R. A. Imagem de satélite: do técnico ao político na construção do conhecimento geográfico. Pro-Posições, volume 20, Campinas: UNICAMP, 2009.

 

Sessão 12 – Impasses da reforma agrária no Brasil

  • Periodização da reforma agrária no Brasil
  • Origem dos movimentos sociais do campo
  • O debate atual e suas perspectivas
  • A chamada “reforma agrária de mercado”

Bibliografia:

GRAZIANO, Xico. O carma da terra no Brasil. São Paulo: A Girafa Editora, 2004 (apêndice 1: Desmistificando a questão agrária).

MACIEL, Caio A. A. Movimentos sociais e agricultura sustentável: o lugar do sujeito geográfico na atualização da questão agrária brasileira. In: MARAFON, G. J. et al. (orgs.). Abordagens teórico-metodológicas em geografia agrária. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2007.

MEDEIROS, Leonilde S. de. Reforma agrária no Brasil: história e atualidade da luta pela terra. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003 (capítulo 2: Origens do debate sobre reforma agrária no Brasil e capítulo 3: O revigoramento da luta pela terra: novos atores, novas demandas).

OLIVEIRA, A. U. de. Agricultura brasileira: transformações recentes (capítulo 8.6.: Os movimentos sociais no campo e a reforma agrária no Brasil). In: ROSS, J. L. S. (0rg.). Geografia do Brasil. 3. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2000.

ROSSET, Peter. O bom, o mau e o feio: a política fundiária do Banco Mundial. In: MARTINS, M. D. (org.). O Banco Mundial e a terra: ofensiva e resistência na América Latina, África e Ásia. São Paulo: Viramundo, 2004.

SANTOS, M. [s.d.] Globalização e reforma agrária. AGB-Informa, Encarte Especial.

Leituras complementares:

ALENTEJANO, P. R. R. Os movimentos sociais e a teoria geográfica. In: MARAFON, G. J. et al. (orgs.). Abordagens teórico-metodológicas em geografia agrária. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2007.

BUAINAIN, A. M. (coord.) Luta pela terra e gestão de conflitos no Brasil. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2008 (Capítulo 1: Reforma agrária por conflitos).

BUAINAIN, A. M.; SILVEIRA, J. M. da. Reforma agrária: mercado versus desapropriação ou mercado e desapropriação? ComCiência, SBPC/Labjor, 2003.

FERNANDES, B. M. Formação e territorialização do MST no Brasil: 1979-2005. In: MARAFON, G. J. et al. (orgs.). Abordagens teórico-metodológicas em geografia agrária. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2007.

OLIVEIRA, A. U. A longa marcha do campesinato brasileiro: movimentos sociais, conflitos e reforma agrária. Estudos Avançados 15 (43), 2001.

SAUER, Sérgio. A terra por uma cédula: estudo sobre a reforma agrária de mercado. In: MARTINS, M. D. (org.). O Banco Mundial e a terra: ofensiva e resistência na América Latina, África e Ásia. São Paulo: Viramundo, 2004.