Coordenador: Ricardo Castillo

Concluído (1999-2000)

O conhecimento do território sempre foi uma condição necessária para a sua efetiva ocupação, mas, também, é pressuposto para a sua organização, o seu uso e a sua regulação, por parte dos Estados como também das firmas e dos grupos sociais. Este conhecimento assume diversas formas de acordo com a evolução técnica e, hoje, as novas tecnologias da informação, em particular a geomática e os satélites de sensoriamento remoto, de posicionamento e de coleta automática de dados ambientais, representam o que há de mais sofisticado na produção de informações sobre o território, a região e o lugar. A adoção de novos meios de produção e tratamento da informação geográfica no Brasil, propiciando um conhecimento digital e constantemente atualizado do território, tem implicado em profundas transformações em sua organização e em seu uso. A dimensão do território brasileiro e sua diversidade natural e desigualdade técnica são características indutoras da adoção das tecnologias da informação, sobretudo aquelas mediadas pelos sistemas orbitais. As formas hierárquicas, porém, da apropriação do conhecimento têm contribuído para um uso corporativo do território, através da imposição de uma racionalidade instrumental de sua organização e formas de regulação, fundamentando ações de natureza hegemônica, aprofundando a especialização funcional dos lugares e desvalorizando os saberes locais. Objetivamos explicar a nova organização e o novo uso do território brasileiro por meio de uma pesquisa sobre as aplicações técnicas do monitoramento agrícola e ambiental, da agricultura de precisão e da previsão objetiva de safras agrícolas, em regiões selecionadas e suas implicações para toda a formação sócio-espacial. Conhecer as implicações geográficas desta aceleração contemporânea é condição necessária para fundamentar as políticas territoriais futuras.

Financiador: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Bolsa – Recém Doutor