O presente trabalho tem como objetivo compreender o processo de criação de novos municípios no front agrícola do estado do Mato Grosso. Partimos da hipótese de que o município promove a atividade da moderna agricultura nessa região. A produção de commodities, em particular a soja, gerou centros urbanos que se emanciparam politicamente, originando a família de municípios do agronegócio, expressão concreta da necessidade do poder político da urbanização no front. Isso se deve ao fato do município no Brasil ser uma esfera do poder Estatal, ou seja, ele regula o território mediante criação de leis e organiza-o através de suas políticas públicas territoriais locais. Na família de municípios do agronegócio o poder político local direciona os investimentos para o uso corporativo do território. Os investimentos em fluidez e, mesmo a política local voltadas à população em geral, garante as condições para a racionalidade econômica do circuito espacial produtivo da soja, reforçando a especialização produtiva desses lugares. Dessa maneira, o município apresenta-se frágil frente à ação dos agentes hegemônicos do mercado global. A família de municípios do agronegócio constitui pontos luminosos no território, revelando a imposição da competitividade entre os lugares, uma vez que fora criada para dotar o território com normas e objetos técnicos orientados à atividade produtiva de commodities. A federação brasileira oferece facilidades à expansão da produção capitalista ao privilegiar a competição, ao invés da cooperação entre os municípios