Este trabalho aborda o uso das tecnologias da informação na formulação de um conhecimento aprofundado sobre o território brasileiro. Diante da amplitude do tema, analisar-se-á a produção do zoneamento agrícola de riscos climáticos a partir de bases técnico-científicas modernas, que permitem o desenvolvimento de um instrumento racionalizador para os usos possíveis e permitidos de cada área zoneada. O objetivo principal do zoneamento é reduzir as perdas agrícolas decorrentes de práticas inadequadas, obtendo resultados que vão além desse campo, como as modificações que ocorreram no sistema normativo e no mercado financeiro agrícola. A especialização produtiva do território foi alcançada a partir da definição de produtos, culturas e datas específicas para cada cultura e região, aprofundando cada vez mais a seleção dos lugares conforme suas aptidões agrícolas. Esta situação pode ser analisada mais diretamente por meio da evolução da soja no Brasil, principalmente a partir da década de 1970/ 80. A soja conquistou grandes áreas no Centro-Oeste e foi alvo de intensas pesquisas, que hoje concentra grande parte dos seus resultados nas portarias do zoneamento agrícola de riscos climáticos. O zoneamento agrícola de riscos climáticos trouxe segurança razoável a um. ambiente marcado por incertezas e exposto às intempéries climáticas. Por isso, todo o conjunto de agentes e ações envolvidos teve que se reestruturar para não perder a competitividade ou para apenas se manter neste ramo. Enfim, este tipo de zoneamento agrícola tem se mostrado bastante condizente às demandas do mercado e a situação tecnológica deste período. Tanto os agentes modernos quanto os recalcitrantes têm a sua disposição um modelo de planejamento que rompeu com o paradigma produtivo que vigorava até então. Embora o zoneamento foi desenvolvido para salvar a pequena produção, as alianças entre este novo sistema de produção e os recursos financeiros agrícolas aprofundou ainda mais algumas desigualdades, conforme pode-se ver comparando os crescentes custos de produção.