Campinas-Brasil
ISSN 1980-4407
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Volume 14, n2
Volume 14, n1
Volume 12, n3
Volume 10, n2
Volume 8, n2
Subductar jamais!
Claudio de Morisson Valeriano
Depto. de Geologia Regional e Geotectônica, Faculdade de Geologia, UERJ
Este é um pequeno manifesto em prol da beleza da nossa querida língua portuguesa. Querida sim, mas nem sempre íntima. Chamamos atenção para um neologismo crescentemente empregado na literatura geológica brasileira referente à subducção, fenômeno geodinâmico em que uma placa litosférica afunda à velocidade de centímetros por ano, rumo ao interior terrestre sob outra placa que permanece à superfície. Ou melhor, subdução, conforme a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa em vigor desde 1º de janeiro de 2009.
Como a subdução é um processo fundamentalmente ligado à formação da crosta terrestre, da hidrosfera, da atmosfera e da própria vida, o termo aparece com grande frequência na nossa literatura científica. Entretanto, a grafia mais usual tem sido o infinitivo subductar e o particípio passado subductado, em decorrência do aportuguesamento do vocábulo inglês “to subduct” (e “subducted”).
Ora, tal importação direta é desnecessária, pois o radical “duct” vem diretamente do latim, mãe da língua portuguesa, e aparece em vários similares de uso corrente trazendo a noção de fluxo (por um duto, por exemplo, mas não necessariamente), Apenas trocando o prefixo “sub” por outro, podemos por exemplo conduzir, aduzir, traduzir ou até mesmo seduzir. Portanto, nada mais natural conjugarmos o verbo subduzir da mesma forma.
Companheiros, subdução sim! “Pero sin jamás” subduzirmos perante armadilhas linguísticas!
Maio de 2010
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