Projeto Rio Silveira

Instituto de Geociências (UNICAMP)

Projeto Rio Silveira

KA’AGUY REGUA KUAXIA

O livro dos seres que habitam a mata

Texto produzido por Cintia dos Santos Pereira

Este livro foi escrito para registrar em palavras um conhecimento ancestral e extraordinário que demonstra o equilíbrio entre o conhecimento tradicional Guarani da Rio Silveira e os animais e plantas que habitam a mata e que convivem com os Guarani. O conhecimento de cada planta e animal permite que a cultura Guarani seja respeitada e preservada, pois todo o conhecimento Guarani é baseado no ciclo da natureza.

Finalizado em junho de 2018, o Ka’aguy Regua Kuaxia apresenta características e informações sobre 30 espécies de plantas e 25 espécies de animais existentes na aldeia e arredores e que são representativas para a cultura e o cotidiano da população local, reconhecendo e reafirmando a importância dos saberes tradicionais Guarani. Tais conhecimentos, registrados através das narrativas de membros da aldeia, são apresentados juntamente com os saberes não indígenas, que foram obtidos através de pesquisa bibliográfica.

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MBYÁ AYVU

A língua Guarani-Mbyá

Texto produzido por Mariana Gonzaga Marques de Freitas

Após séculos de colonização e de contato linguístico com o português como língua majoritária, as línguas indígenas faladas em território brasileiro estão hoje em bem menor número. De 1.175 em 1500 (estimativa de Rodrigues, 1993) a menos de 170 atualmente (D’ANGELIS, 2014, p. 93), as línguas indígenas tornaram-se, além de minoritarizadas, obsolescentes: a grande maioria conta com poucos falantes e não está garantida sua transmissão intergeracional – ou seja, o número de falantes diminui a cada geração, ainda que a população aumente.

Considerando o cenário acima exposto, bem como o papel central que escolas indígenas instaladas nas aldeias podem ter para o fortalecimento ou obsolescência das línguas indígenas, o material de apoio didático Mbyá Ayvu se constitui, nas palavras da linguista Profa. Dra. Ivana Ivo, em “um instrumento para uma política de fortalecimento e modernização da língua indígena”. Elaborado para ser um instrumento adequado ao desenvolvimento da leitura e da escrita do Guarani-Mbyá, o material procura contribuir para a ampliação de contextos de uso relevantes e de prestígio dessa língua.

O fazer do livro se deu principalmente no diálogo entre a linguista e os professores e lideranças Mbyá Antônio Macena e Sérgio Macena, em resposta a uma demanda trazida aos integrantes do projeto pelo professor indígena Antônio Macena, que apontou a dificuldade de se trabalhar a língua indígena na escola, visto que não havia materiais específicos sobre isso.

Dividido em quatro partes, o livro primeiro apresenta uma breve lista de substantivos categorizados por campo semântico, na parte intitulada ayvu’i. Na segunda parte, mba’emo jareko, é apresentado o paradigma de posse da língua, trazendo os diferentes marcadores que devem, em um caso, ou podem, no outro, ocorrer junto de substantivos inalienáveis e alienáveis, respectivamente. A terceira parte, nhandeayvu, a maior em número de páginas, é dedicada a verbos, com exemplos e exercícios propostos de flexão em pessoa e número, além de outros aspectos (como forma negativa, formas orais e nasais, verbos que ocorrem com o morfema causativo e os que ocorrem com sufixos nominalizadores, entre outros). Na quarta e última parte, pembopara, são sugeridas atividades de escrita na língua indígena.

Finalizado em …., quando x cópias impressas foram entregues aos indígenas da aldeia Rio Silveira, o material também recebeu o prêmio….

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