A presente pesquisa consiste em analisar as passagens em nível nas ferrovias nacionais e suas implicações para os locais de ocorrência, para as empresas ferroviárias e, de maneira geral, para o sistema de transportes no Brasil. Em países de dimensões continentais e grandes produtores de commodities minerais e agrícolas, o modal ferroviário assume um papel protagonista nas estratégias de reestruturação, investimentos e regulação do subsetor de transportes. No Brasil, a recuperação das ferrovias tem se efetivado a partir da concessão de redes a empresas privadas, investimentos em modernização e expansão, construção de terminais especializados, entre outras ações. No entanto, a baixa velocidade e a relativa ineficiência do sistema ferroviário ainda persistem, por conta de diversos fatores, tais como topologia e traçado das vias, passagem em centros urbanos, invasão da faixa de domínio, diferenças de bitola e uma imensa quantidade e diversidade de passagens em nível. A questão principal está na identificação das responsabilidades sobre as passagens em nível, envolvendo as empresas concessionárias das ferrovias e os órgãos governamentais e as implicações para as populações locais, considerando os interesses dos sistemas ferroviário, rodoviário e da sociedade, principalmente nas áreas urbanas, onde as interferências são maiores. Dentro desta análise, foi realizada uma breve periodização do sistema ferroviário, uma síntese da configuração do modal rodoviário, incluindo algumas observações sobre as respectivas topologias. Além disso, a pesquisa identifica e reúne um conjunto de informações específicas sobre a legislação vigente que regula os transportes no território nacional. São discutidos conceitos como logística e fluidez territorial. O trabalho consiste, também, em analisar as políticas públicas empreendidas pelos órgãos governamentais como o Plano Plurianual 2004 – 2007, o Programa de Aceleração do Crescimento e o Plano Nacional de Logística e Transportes. As passagens em nível, no momento atual, constituem uma questão a ser considerada diante das novas lógicas  empresariais, inseridas em um contexto global, e das políticas públicas atuais que são direcionadas, em alguns casos, para atender a interesses privados. No período atual, os sistemas logísticos tornaram-se a expressão da circulação corporativa e variável chave da competitividade territorial.