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Resumo: No século XXI, os países da América Latina vêm adotando um modelo de desenvolvimento econômico calcado na extração de enormes volumes de recursos naturais com foco em exportações. São recursos que incluem a agropecuária monocultora, a mineração, hidrocarbonetos e megaprojetos de infraestrutura que provocam diversos conflitos e impactos socioambientais. O objetivo deste trabalho foi demonstrar que a América Latina vem adotando, desde a colonização europeia, um modelo de desenvolvimento baseado na exploração de recursos naturais que foi aprofundado recentemente devido à uma maior demanda internacional, intensificando conflitos e impactos ambientais e territoriais. Assim, é mantido um padrão (neo)extrativista (GUDYNAS, 2012). A pesquisa é exploratória e foi feito levantamento e revisão teórico-bibliográfica, com uso de dados e informações de fontes secundárias. Este artigo está dividido em seis partes: na primeira parte foi feita uma reflexão sobre a expansão do capitalismo e sobre políticas de desenvolvimento na América Latina nos séculos XX e XXI. Na segunda parte discutida a herança histórica do padrão agroexportador extrativista no subcontinente. Na terceira parte foram caracterizados os recursos naturais disponíveis na América Latina. Na quarta parte foi analisada a relação do neoextrativismo com a acumulação por espoliação (HARVEY, 2004) e a ideia de securitização dos recursos naturais. Na quinta parte foram discutidos conflitos e impactos socioambientais no subcontinente advindos do neoextrativismo e na sexta parte foram aventadas algumas alternativas para o uso de recursos naturais na América Latina, em consonância com a ideia de justiça social e de uma ordem internacional ambiental. 

Palavras-chave: América Latina. Neoextrativismo. Geopolitica dos recursos naturais. Conflitos socioambientais. Desenvolvimento econômico.