Matéria intitulada “Sereias, dragões e fim do mundo: pesquisa da Unicamp investiga o real e o fantástico em mapas medievais” é publicada no site do G1 Campinas, do portal Globo.
De autoria de Marcelo Gaudio o texto destaca que a pesquisa realizada geógrafa Deyse Cristina Brito Fabrício, que se debruçou em sua tese de doutorado, orientada pelo Prof. Dr. Antonio Carlos Vitte, professor do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências da Unicamp, sobre esta ferramenta gráfica capaz de reunir mais informações que limites geográficos, e por tal pesquisa foi agraciada com o Prêmio Tese Destaque Unicamp 2023-2024 na categoria Ciências Humanas e Artes.
Há 700 anos, os mapas não tinham apenas a função de representar locais com precisão. Mais do que isso, eles também mostravam visões de um mundo onde criaturas fantásticas, como monstros e sereias, indicavam o fim do território conhecido.
O estudo desses documentos foi tema de uma tese de doutorado que ganhou o prêmio destaque de 2023 e 2024 da Unicamp. Para saber mais sobre esses mapas, o g1 conversou com a autora da tese, a geógrafa Deyse Cristina Brito Fabrício.
Durante o doutorado, ela estudou as diferentes representações do mundo feitas entre os séculos XIII e XVI. “A concepção de que depois do fim do mundo teria o abismo e mais nada não existia na Idade Média. [Os mapas mostram] o fim do mundo que os europeus conheciam. Esse fim do mundo se alargava e os monstros eram sempre relegados para as bordas”, conta.

Representando mundos
Deyse explica que entre os séculos XIII e XVI os mapas se apresentavam em três formatos principais, todos com ícones que ela afirma serem reflexos de crenças e medos reais que as pessoas compartilhavam à época:
- T-O, que eram os mais comuns e colocavam Jerusalém como centro do mundo;
- Cartas Portulanas, mais parecidas com os mapas atuais, e que tinham como objetivo ajudar na localização geográfica;
- Transição, nomeados assim pela pesquisadora, misturam elementos dos anteriores e recuperam os conceitos de latitudes e longitudes de Ptolomeu.
“A métrica da escala não era uma preocupação naquela época. Tinham mais coisas importantes para representar. Não era o objetivo do mapa representar o espaço ou saber qual era a distância exata para Jerusalém. O importante é saber que Jerusalém ficava no centro do mundo no mundo conhecido”, explica sobre os mapas T-O.
Assim, os mapas contavam com elementos de significado simbólico que ajudava na compreensão histórica e filosófica. Um exemplo disso é que, entre os itens usados, estão:
- A Torre de Babel
- Alexandre, o Grande
- Criaturas místicas, como sereias e dragões
- Lugares imaginários, como o Paraíso e o Inferno
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/A/l/ON8uA8RyW8opOoyGRxQw/mapa-de-ebstorf-c.1240-.mapa-t-o.jpg)
Mapa de Ebstorf (c.1240). Mapa-múndi estilo T-O, feito em pele de cabra e mede 3,6 x 3,6m — Foto: Reprodução.
A matéria completa está disponível para acesso no portal G1 Campinas e Região.
Fonte:
Texto e imagens – G1 Campinas e Região.