CoProExpert
CoProExpert - Doenças Emergentes, Ativismo de Pacientes, e a Co-Produção da Expertise e da Democracia nos Estados Unidos, França e Brasil

Out/24 – Set/27
Coordenador (Brasil): André Sica de Campos
Fincanciamento: Fapesp
Processo: 23/15066-9
Resumo:
Nas últimas décadas, doenças emergentes têm causado fricções profundas na governança democrática em ambos os lados do Atlântico. Respostas institucionais lentas e tratamentos inadequados têm intensificado disputas entre grupos de Advocacy, pacientes, especialistas médicos e cientistas em agências reguladoras a respeito da velocidade, direção e implicações da pesquisa científica. A arena da política de saúde tornou-se um local central onde a relação entre expertise, democracia e confiança é negociada. Enquanto comunidades de pacientes têm inserido com sucesso sua influência na compreensão pública das doenças e pressionado por políticas de saúde pública mais responsivas, algumas comunidades médicas têm se aberto para formatos de ciência participativa para reconquistar a credibilidade pública. Embora tal expertise em doenças modernas, cooperativamente co-produzida, tenha o potencial de combater o declínio da confiança nos especialistas, não está claro qual formato é mais adequado para democratizar o conhecimento científico de maneira que não eroda a autoridade científica e deslegitime o conhecimento especializado. De fato, esse delicado equilíbrio entre a diversificação e socialização da expertise e os esforços para fortalecer, renovar e fortificar as instituições científicas como guardiãs essenciais da democracia liberal é um dos maiores desafios de nosso tempo. O estudo proposto pelo Consórcio Trans-Atlantic Platform CoProExpert oferece uma exploração sistemática desse problema crítico no Brasil, na França e nos Estados Unidos. Comparar-se-ão as contestações e colaborações de pesquisa e assistência em saúde entre organizações de pesquisa biomédica e associações/mecanismos de engajamento entre pacientes, com a a finalidade de explorar até que ponto diferentes formatos de ciência participativa podem mitigar ou aprofundar a crise de confiança na saúde pública e nos especialistas científicos. Ao analisar esse ponto de atrito da política de saúde contemporânea, lançaremos luz sobre como a confiança na ciência e nos especialistas pode ser reconstruída e explicaremos qual abordagem local é mais propensa a promover uma sinergia equilibrada entre a autoridade especializada e o envolvimento público na ciência. Essa análise, por sua vez, fornecerá insights críticos sobre como, onde, quando e em que condições a confiança em instituições médicas e sistemas de especialistas é fortalecida ou ainda mais contestada. O estudo, assim, oferece explicações importantes sobre como fortalecer a resiliência democrática diante de futuras crises de saúde. (AU).
Palavras-chave: Ciência e Tecnologia em Saúde; Conhecimento; Democracia; Expertise; Politicas Públicas; Sociologia do Conhecimento; Conhecimento, Saúde, Democracia e Políticas Públicas
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