Revolução digital e centralidade territorial por intensidade de inovação dos centros urbanos brasileiros: uma proposição metodológica

2023-2026
Coordenadores: Ana Cristina de Almeida Fernandes (UFPE) e Fernando Campos Mesquita (UFSC)
Financiamento: CNPq e FACEPE
Participantes Going: Janaina Pamplona da Costa

Resumo:

Compreendendo as cidades como elementos centrais na dinâmica de produção de riqueza com base em conhecimento e inovação, potencializada pela revolução digital que intensifica fluxos de capital, conhecimento e trabalho qualificado, a presente proposta de pesquisa objetiva analisar implicações dessa dinâmica, presidida por capacidades inovativas, sobre a hierarquia dos centros urbanos brasileiros. Inspirados no conceito de Sistema Territorial de Inovação, tomamos como ponto de partida a edição 2018 da Regic (Região de Influência das Cidades), elaborada pelo IBGE, para propor a introdução de critérios para estimação da centralidade territorial e o alcance espacial de influência das cidades consistente com a emergência e o transbordamento espacial de competências de inovação e com a dialética fluxos centrais-lugares centrais próprios da atual era digital. Utilizaremos para tanto, dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec) do IBGE, da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do antigo Ministério do Trabalho e Emprego, das bases de periódicos indexados Scopus e SciELO e do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq para construir um indicador de centralidade territorial por intensidade de inovação. O alcance espacial, por sua vez, é mensurado a partir da rede de obtida a partir da co-autoria dos artigos e da interação entre empresas e instituições científicas e tecnológicas. O exercício metodológico constitui proposta piloto construída focando três setores de atividade impactados pelas dinâmicas recentes: Tecnologia da Informação, Saúde e Agricultura. Estes setores de atividade são representativos das tendências relevantes na atualidade de transformação digital, terciarização e reprimarização da economia brasileira. O indicador desenvolvido deverá ser complementado por informações relativas a competências de inovação, base científica e tecnológica, qualificação profissional, renda e variação do PIB e base econômica municipal dos centros urbanos situados nos três segmentos mais elevados da hierarquia proposta pelo Regic 2018, assim como por entrevistas com pesquisadores das áreas de conhecimento associadas aos três setores de atividade selecionados de modo a contextualizar os fluxos de conhecimento identificados. Entre os resultados esperados, estimamos a confecção de mapas temáticos que permitam oferecer contribuição à metodologia de construção do Regic em função das competências inovativas características das propriedades city-ness que integram os critérios de centralidade territorial das cidades no contexto periférico do capitalismo brasileiro contemporâneo.