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A universidade invisível

Expansão da educação superior sucumbe num espalhamento desordenado de vagas.

São múltiplas as formas a se atribuir à invisibilidade. No magnífico conto “O Homem Invisível e Outras Histórias do Padre Brown”G. K. Chesterton relata mortes antecipadas por cartas e realizadas por um assassino oculto. O velho detetive Padre Brown descobre que o assassino é o carteiro que entrega as cartas ameaçadoras. Carteiros são invisíveis, ninguém os distingue.

Essa imagem recai sobre a educação superior brasileira, onde as invisibilidades não se furtariam ao manto diáfano. É difícil distinguir a regulação que permite a expansão das universidades. Como no caso do carteiro, espera-se que o sistema de regulação e avaliação leve a universidade a entregar formação e pesquisa que gerem impactos relevantes à sociedade. Espera-se que a expansão da educação superior alcance as razões do desenvolvimento da nação, favorecendo a produtividade, a competitividade econômica e o bem-estar social. Espera-se que entregue cultura e aperfeiçoe as políticas públicas, favoreça o acesso à educação básica, ao emprego, combata desigualdades e incentive direitos e inclusão social. Seria esperar muito?

Texto por Luiz Roberto Liza Curi: Sociólogo, é doutor em economia (Unicamp) e titular da Cátedra Paschoal Senise (USP); pesquisador associado da FGV.

Fonte:
Texto –
Folha de S. Paulo.
Imagem – Pexels.

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