A obra, “A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas” (La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latino-americanas – Buenos Aires: CLACSO, julio de 2000), organizada pelo sociólogo e intelectual de esquerda venezuelano Edgardo Lander, Professor emérito da Universidade Central da Venezuela e membro do Instituto Transnacional, trata-se de uma coletânea de textos oriundos do Congresso Mundial de Sociologia realizado em Montreal em 1998.
A perspectiva dos trabalhos que constituem o livro é evidenciar que o eurocentrismo, nas ciências sociais, é uma questão epistêmica. Nessa análise, existem distintas formações sociais destacando que o legado do regime neoliberal vai para além das questões econômicas.
A obra critica a episteme eurocêntrica que subalternaliza outras formas de conhecimento, reduzindo a compreensão do mundo em parâmetros dicotômicos e entendendo a modernidade como marco de racionalização que possibilita um julgamento de inferioridade aos que não fazem parte deste centro.
Um ponto importante é destacar que à América não foi dado o direito de escolher seu próprio nome, sendo batizada pelos seus colonizadores, a partir de um eurocentrismo nada velado que lida de maneiras distintas com as revoluções. Enquanto a Francesa e a Americana são festejadas a do Haiti não é sequer lembrada como marco de liberdade.
Outra demanda que A colonialidade do Saber apresenta é o debate acerca do papel dos intelectuais na construção do conhecimento, denunciando o colonialidade do pensamento em diversas narrativas até então historicamente normatizada, apresentando diferentes abordagens dos temas outrora concentrados na visão hegemônica da Europa sobre o mundo.
Também temos na edição em português da obra “A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-mericanas”. Edgardo Lander (org). Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. setembro 2005, uma apresentação de Carlos Walter Porto-Gonçalves, Professor do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense, membro do Grupo de Trabalho “Hegemonias e Emancipações” do Clacso que, em 2004, recebeu o Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia – Prêmio Chico Mendes – do Ministério do Meio Ambiente.
Resenha do livro: http://www.ensaiosfilosoficos.com.br/Artigos/Artigo15/00_Revista_Ensaios_Filosoficos_Volume_XV.pdf
Obra basilar, de extrema importância!
Oba interessante para perceber como colonialidade do saber transforma se meio de supremacia do discurso de Desenvolvimento