Antônio Álamo Feitosa Saraiva foi selecionado por seus trabalhos dedicados à bacia do Araripe.
Um professor de paleontologia da Urca (Universidade Regional do Cariri), no interior do Ceará, será o primeiro brasileiro a receber o prêmio Morris F. Skinner, um dos mais relevantes da área no mundo.
Antônio Álamo Feitosa Saraiva foi o escolhido pela Sociedade de Paleontologia de Vertebrados por seus trabalhos dedicados àbacia sedimentar do Araripe, na região do Cariri, onde o biólogo nasceu e cresceu.
De acordo com a instituição responsável pela premiação, o prêmio é concedido àqueles que fizeram contribuições relevantes para construção de conhecimento científico na área “através da criação de importantes coleções de vertebrados fósseis” e que incentivam ou ensinam outros estudantes e profissionais.

O professor cearense foi selecionado entre paleontólogos de diversos países. Na lista de vencedores de anos anteriores, não consta nenhum brasileiro.
A informação foi divulgada pela Universidade Regional do Cariri. “A premiação é considerada um ‘Oscar ou um Nobel’ da paleontologia. Com esse reconhecimento, pelos relevantes trabalhos prestados, o pesquisador Álamo passa a ser o primeiro brasileiro a receber o prêmio”, informou a instituição.
Álamo atua há mais de 25 anos como pesquisador de campo, na escavação e descrição de fósseis da bacia do Araripe, e como defensor do combate ao comércio ilegal de fósseis.
Formado em Ciências Biológicas na Urca, ingressou na universidade no primeiro concurso público para professores efetivos, em 1994. Desde 2003, é coordenador do Laboratório de Paleontologia da universidade. Em agosto, recebeu uma homenagem da Urca por seus 30 anos como docente da instituição.
Localizada na divisa dos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco, a bacia abriga grande quantidade de fósseis de dinossauros e de outras espécies de animais, como peixes e insetos, do período Cretáceo (110 a 115 milhões de anos atrás).
O prêmio Morris F. Skinner será entregue no dia 2 de novembro durante o 84º encontro anual da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados, em Minneapolis, nos Estados Unidos. Além da condecoração, o vencedor ganha US$ 2.800 (R$ 15,2 mil).
Antonio Alamo Feitosa Saraiva possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Regional do Cariri (1988), mestrado em Criptógamos pela Universidade Federal de Pernambuco (1998) e doutorado em Oceanografia pela Universidade Federal de Pernambuco (2008) , pós-doutorado pela Universidade do Sagrado Coração (2017). Atualmente é Coordenador do Laboratório de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri, Curador do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens e Professor Associado O da Universidade Regional do Cariri-URCA. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia de Criptógamos e decápodes e peixes fósseis do Cretáceo. Foi pioneiro em escavações paleontológicas na Bacia do Araripe, produtor e diretor de filmes didáticos e livros de paleontologia, e atua principalmente nos seguintes temas: Bacia do Araripe, Cretáceo, Paleobotânica, Paleocarcinologia e Paleoictiologia.
Fonte:
Texto e imagem – Folha de S. Paulo.
Foto de capa – Acervo pessoal.