Na quarta-feira, 25 de setembro, as pesquisadoras Ana Maria Carneiro e Elizabeth Balbachevsky, que integram o projeto Pesquisa da Pesquisa, participaram do seminário “Estratégias e políticas de engajamento da diáspora: casos do Brasil e da Argentina”, ao lado da pesquisadora argentina Ana Margheritis.
O seminário foi promovido pelo Centro Internacional de Investigação em Migração e Diáspora Acadêmica Brasileira (CIIMDAB), e faz parte do Ciclo de Seminários Preparatórios para o IV Congresso do CIIMDAB (CIMDAB’2025), que ocorrerá de 21 a 26 de julho de 2025, em formato híbrido. Ana Margheritis e Ana Maria Carneiro ministraram palestras no evento, que foi moderado por Elizabeth Balbachevsky.
Margheritis integra a Universidad Torcuato Di Tella, na Argentina, e também é pesquisadora no Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas de Argentina (CONICET). Seus estudos estão voltados para a geopolítica, migrações em tempos de crise e direitos políticos nas diásporas.
Em sua fala, a pesquisadora trouxe um histórico das iniciativas argentinas voltadas para os membros da diáspora científica. “A diáspora não é significativa por seus números, mas sim por seu perfil. Há muito a investigar. É um tema que nos convida a averiguar qual é a situação do setor científico e como ele se relaciona com outros setores da diáspora também”, afirmou.
Membro do Laboratório de Estudos sobre a Organização da Pesquisa e da Inovação (Geopi), Carneiro está à frente de dois projetos que pesquisam a diáspora científica: o projeto Diáspora Científica Brasileira e a Frente 3 da Pesquisa da Pesquisa, que visa desenvolver métodos e indicadores para avaliar resultados e impactos da mobilidade e cooperação nacional e internacional na trajetória e desempenho profissional de acadêmicos e pesquisadores.
“A circulação de pessoas é um fato incontornável no mundo contemporâneo, inclusive no mundo científico. Quando os pesquisadores são livres para circular, quem ganha é a própria ciência”, disse Carneiro, que busca trazer em seus estudos uma nova perspectiva em relação à mobilidade de pessoas altamente qualificadas, na qual a diáspora de CT&I é vista como diversa e com um potencial de ganhos. “Há diversas formas de colaboração e engajamento da diáspora que precisam ser mais exploradas, e que não implicam em uma perda para o país de origem”, completou a pesquisadora. A palestra abordou as diversas políticas de engajamento com a diáspora por parte do Estado brasileiro ao longo das últimas décadas