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Ciência aberta para quem? Pesquisadora discute inclusão no acesso ao conhecimento

A ciência deve ser acessível a todos, mas quem realmente consegue participar desse sistema? Esse é o tema central da palestra da pesquisadora Fernanda Beigel, especialista em políticas de ciência aberta, que será realizado no seminário da Pesquisa da Pesquisa e da Inovação, projeto do Laboratório de Estudos sobre a Organização da Pesquisa e da Inovação (Geopi), da Unicamp. O evento, com o tema “Cartografias para uma ciência aberta inclusiva”, acontecerá na quinta-feira, 13 de fevereiro, às 14h, nos formatos presencial, na sala 350 do Instituto de Geociências (IG), e remoto, pelo link: https://meet.google.com/aht-kwkq-emo

Em seus trabalhos mais recentes, Beigel, que é professora titular na Universidad Nacional de Cuyo, na Argentina, argumenta que a “abertura” da ciência nem sempre significa inclusão. Embora o acesso aberto tenha avançado nos últimos anos, desigualdades persistem, especialmente entre países do Sul Global e grandes potências acadêmicas. “A infraestrutura digital ainda é limitada em muitos lugares, e os altos custos de publicação em revistas renomadas criam barreiras para pesquisadores de instituições menos privilegiadas”, explica a especialista em seu trabalho apresentado na 26ª Conferência Internacional sobre Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação que aconteceu em 2024, em Berlim. 

A pesquisadora propõe uma cartografia das desigualdades e discute alternativas, como o fortalecimento de redes acadêmicas regionais, modelos de publicação diamond open access (sem taxas para autores ou leitores) e a valorização de publicações em diversos idiomas. “A América Latina tem um modelo alternativo baseado na ciência como bem comum, mas ainda enfrenta desafios para ampliar sua visibilidade e reconhecimento global”, destaca.

A palestra promete um debate essencial sobre os rumos da ciência aberta e os desafios para torná-la realmente acessível a todos.

Publicado em:Comunicação,Notícias