por: Baldoino Neto –
Uma data para lembrar a necessidade de se proteger um dos nossos recursos naturais mais importantes.
Em 15 de abril é comemorado o Dia da Conservação do Solo. A data foi escolhida em homenagem ao nascimento de Hugh Hammond Bennett (15 de abril de 1881 – 7 de julho de 1960), considerado o pai da conservação dos solos nos Estados Unidos e o criador do Serviço de Conservação de Solos americano.
Hugh Hammond Bennett liderou o movimento de conservação do solo nos Estados Unidos nas décadas de 1920 e 1930, instigou a nação a enfrentar a “ameaça nacional” da erosão do solo e criou uma nova agência federal, atuando como seu primeiro chefe – o Serviço de Conservação do Solo, agora Departamento de Agricultura do Serviço de Conservação de Recursos Naturais dos EUA. Ele é considerado hoje o pai da conservação do solo. Durante sua experiência em campo, ao comparar áreas virgens e arborizadas com campos erodidos, ele se convenceu de que a erosão do solo era um problema, não apenas para o agricultor, mas também para as economias rurais. (NCRS – USDA: Hugh Hammond Bennett Biography)
A data é celebrada no Brasil, desde 1989, com o objetivo de fomentar e demonstrar a importância de termos diversos cuidados para mantermos saudável esse recurso natural que é de fundamental importância para a produção de alimentos, manutenção das florestas, conservação da água, entre tantas outras interações com o ecossistema.
As atividades humanas têm impactado crescentemente a conservação dos solos. Retirada de florestas e a utilização da terra para agricultura e pastagem são apenas algumas das ações que modificam a sua estrutura e todo o equilíbrio ambiental, e afetam não só animais e florestas como os próprios homens.
O exemplo mais visível disso ultimamente tem sido a questão urgente da água. A escassez do recurso, seja aqui no Brasil e ou em outras partes do mundo, invariavelmente tem uma coisa em comum: o mau uso do solo, provocando seu desgaste e erosão, retirando dele a capacidade de renovação.
Ao ficar exposto aos efeitos climáticos, sem cobertura vegetal e sem o manejo adequado, o solo não cumpre efetivamente com a sua função básica de “produzir” água: garantir a infiltração da água e recarregar o lençol freático, que alimenta as nascentes e os rios, que, por sua vez abastecem reservatórios.
Segundo relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), cerca de 1/3 dos solos do mundo estão degradados por erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação, bem como por influência das mudanças climáticas.
Entre as principais consequências, estão o agravamento das enchentes, a perda de fertilidade e, consequentemente, a redução na produtividade agrícola.
De acordo com a FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura:
Cerca de 33% do solo mundial está degradado.
A degradação do solo afeta pelo menos 3,2 bilhões de pessoas, o que equivale a 40% da população mundial.
A cada 5 segundos, o mundo perde uma quantidade de solo equivalente a um campo de futebol.
A ONU alerta para a redução de até 8% ao ano no PIB de países em desenvolvimento quando ocorre o manejo inadequado do solo.
Cerca de 95% dos alimentos produzidos vêm da terra. A produção de alimentos terá de aumentar em aproximadamente 60% para alimentar a população mundial no ano de 2050, ou seja, aproximadamente 30% maior que a atual.
Quando utilizados de forma sustentável, os solos podem desempenhar um papel importante na diminuição das alterações climáticas, por meio da captura de carbono e outros gases do efeito estufa.
A ONU alerta para a redução de até 8% ao ano no PIB de países em desenvolvimento quando ocorre o manejo inadequado do solo.
O planeta perde 24 bilhões de toneladas de solo fértil por ano, levando à desertificação de grandes áreas, desequilíbrio ambiental e ao prejuízo para a saúde humana.
Fontes:
https://wedocs.unep.org/handle/20.500.11822/8609
https://www.nrcs.usda.gov/wps/portal/nrcs/detail/national/about/history/?cid=nrcs143_021410
Texto: Baldoino Neto
Edição: Diego F. T. Machado