Campinas-Brasil
ISSN 1980-4407
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Novidades no ensino
Um debate permanente sobre a formação dos geólogos
As páginas eletrônicas de Terræ Didatica acolhem, neste número inicial, os relatos de sucessivas reuniões que vêm movimentando a comunidade acadêmica brasileira de Geociências, desde 2001, em torno do ensino de Geologia em cursos universitários.
Nos anos 1990, o MEC estabelecera prazos para discussão de propostas de diretrizes curriculares, obedecendo a orientações de governo. O caso dos cursos de Geologia é curioso: uma Comissão de Especialistas fôra incumbida de elaborar a proposta inicial para discussão, cujos elementos estiveram durante bom tempo acessíveis na página Web do MEC <http://www.mec.gov.br>; as universidades mantenedoras de cursos de Geologia e Oceanografia foram convidadas a examinar a proposta e apresentar sugestões de aperfeiçoamento. Motivados pelo convite, e interessados em atualizar seus currículos e metodologias de ensino, os Coordenadores de Cursos, Chefes de Departamentos, Diretores de Institutos de Geociências e dirigentes de associações profissionais, de sindicatos e da Federação Brasileira de Geólogos, juntamente com um crescente número de representantes da comunidade estudantil, encontraram tempo e recursos para se deslocar sucessivas vezes a diferentes localidades. Os dois primeiros encontros (Salvador 2001 e Campinas 2002) ficaram conhecidos como Seminários Nacionais sobre Cursos de Graduação em Geologia. A seguir, ocorreu a criação do Fórum Nacional de Cursos de Geologia, uma entidade voltada para fomentar e conduzir essas e outras discussões. Sob a égide do Fórum, as reuniões tomaram nova envergadura política. Ao menos uma reunião por ano fôra realizada desde 2002, compreendendo uma série contínua. O Fórum adquiriu status permanente.
As reuniões realizadas foram todas muito produtivas, com a participação de estudantes e colegas geólogos que atuam na área profissional; examinaram-se diferentes temas, de modo a iluminar os aspectos mais críticos e os desafios contemporâneos que estimulam, influenciam e determinam a qualidade e a natureza desse ensino. Desde o primeiro encontro, procurou-se levar os resultados finais dessas análises ao conhecimento do MEC para uma reavaliação por parte da referida Comissão de Especialistas ou pelo organismo que a sucedesse.
Mesmo sem ter recebido dos órgãos de governo qualquer resposta, exceto alguma simpatia pelas sugestões, a comunidade de dirigentes de cursos e os representantes das entidades estudantis e profissionais perceberam desde cedo que os Relatos dos Encontros constituem documentos essenciais para planejamento e avaliação dos respectivos cursos de graduação. Se a proposta de Diretrizes Curriculares do MEC para os cursos de Geologia da citada Comissão de Especialistas jamais chegou a ser oficialmente aprovada e colocada em prática, a proposta de Diretrizes Curriculares discutida e aprovada pelo Fórum Nacional de Cursos de Geologia constitui referência para todos os cursos, atuais e futuros.
Acompanhando o sentimento dos membros do Fórum, estimulados a prosseguir nessa reflexão, decidiu-se publicar o documento, fruto dos Seminários I e II. A função central das reuniões e debates fôra a busca permanente de meios de modernizar as metodologias e práticas educativas, os conteúdos e habilitações oferecidos pelos cursos. Assim, nada mais justo que abrigar, nas páginas de Terræ Didatica os relatos, mesmo que sintéticos, dos diversos encontros.
Os Editores
Campinas, dezembro de 2005
Volume 14, n2
Volume 10, n2
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